Nossa proposta é tirar a poeira de nossas Bíblias que por vezes ficam esquecidas em um canto da estante, ou como “amuleto” aberta em capítulo específico pegando poeira num pedestal, ou ainda sendo aberta somente aos domingos durante o culto. Almejamos através da pesquisa dos conteúdos milenares desse livro ajudar a transformar nossas vidas em vida de verdade, retirando-a do pedestal do homem para nos colocar aos pés do Senhor, nutrindo-nos do amor de Deus.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Obrigada Senhor Yahweh!!!




Deus como pai sempre nos reserva o melhor. E ele me proporcionou um dos melhores momentos de vida!!!
Estudar com vocês foi um grande prazer, um aprendizado como pessoa, como serva de Deus, como uma presbiteriana que é tão batista ou tão assembleiana quanto cada um de vocês. Aprendi que as diferenças somam e não dividem; e ao somar nos fazem crescer.
Nunca pensei que pudesse ser capaz de estudar teologia e os acompanhar, já que afinal de contas, grande parte da turma é de pastores, ou seja, homens escolhidos e reservados por Deus para cumprir seu ministério...e como diria o Marnix, por cima de tudo, ainda sou uma mulher!!!
Mas veja só a ironia dos planos de Deus, como Maria Madalena, ele também me incluiu nesse grande empreendimento que colocou sobre a responsabilidade de sua serva Lília. Essa querida professora que é um exemplo de vida, em todos os âmbitos, para nós.
E nesses quase dois anos como eu...como nós aprendemos...
Sinto que fiz parte de algo grande e que por tal motivo nunca mais serei a mesma. Hoje, posso ser chamada filha de Yahweh, porque começo dando os primeiro passos de uma criança que pretende ser grande, mas que ainda tem que se segurar para tentar caminhar sozinha.
Talvez essa tenha sido a sensação dos primeiros Cristãos que compuseram a Igreja Primitiva...tudo compartilhando, sem diferenças, todos imbuídos em aprenderem e partilharem o amor de Jesus Cristo e seus ensinamentos.
Hoje, saio graduada não apenas com o diploma de especialista em Exegese Bíblica, mas com o título de uma pessoa que foi convocada por Deus para um ministério e nesse ministério todos vocês estão incluídos, pois somos a primeira turma formada em Exegese no Rio de Janeiro em nível de Pós-graduação.
Agora verdadeiramente sei o significado do que Paulo quis dizer ao Gálatas: não sou mais eu quem vive, mas Cristo vive em mim...E vocês meus amados irmãos e amigos exegetas também vivem em mim. Eu os amo e os guardarei para sempre em meu coração!
As piadas e o jeito de Rolando Lero do grande pastor Edivaldo, do nosso gênio da informática Fábio, do nosso matemático Fora Cabral Anderson, do militar de história Bruno, do fundamentalista Marnix Bright, do papai do ano mais engraçado que conheci Alex, do sábio bibliotecário do Seminário Batista do Sul Cleverson, do primo Batista Marcelo Miguel, do candidato Paulo Matheus, o homem mais viajado do mundo; do enigmático e nunca mais calado Edson, do nosso amado Samuel que é acordado por Deus toda vez que dorme ao volante...
Sem falar de nossos mestres e doutores que apesar dos títulos são sábios em suas simplicidades e que em momento nenhum nos trataram menores do que eles...e aí nossa memória nos remete ao The Flash, Py com sua pedra hierofânica do Badu; ao doutor poeta e Ás da informática Cristofani, que consegue embelezar mais ainda os Salmos...do homem mais sábio que já conheci Elcio S’antanna, do professor e servo de Deus mais reto com quem já convivi Cláudio, do nosso mestre em sistemática Alessandro, do nosso exigente e esclarecedor professor de TCC Antônio Carlos, sem falar é claro, daquela que desde primeiro momento identifiquei-me...e por tal fato fui chamada por vocês de “pupila da Lília”...mas a verdade é que a admiro como ser humano, como acadêmica e quando eu crescer quero ser igual a essa mulher!
O fato amados é que começamos algo que não podemos mais parar, pois conhecimento adquirido e não compartilhado, é vida jogada fora e não é isso que Deus espera de cada um de nós.
Portanto meus queridos amigos não deixemos que essa chama de conhecimento que foi acessa em nós se apague pelos infortúnios da vida...e eu vos peço, não se esqueçam de mim...porque eu levarei um pedaço de cada um de vocês dentro do meu coração e orarei por vos todos os dias.
Obrigada Senhor meu Deus por me mostrar que não há denominações, mas apenas emoções compartilhadas por cada um dos amados irmãos em Cristo!
Sentirei saudades!!!
Beijos em todos vocês da mais chata, faladeira e da única mulher que teimou em estudar exegese com vocês...a irmã e amiga Renata.


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Esperança para o que nos espera

O fim


Segundo a sabedoria popular, uma coisa é certa: Todos nós chegaremos ao fim da vida, ou como preferir a morte é o fim de todos. Vivemos vários séculos de natureza humana, com uma contínua evolução do conhecimento, e ainda assim não conseguimos vencer essa verdade.

Até hoje acompanhamos a ciência investir muito tempo e recursos em um antídoto que nos livre da morte ou até mesmo prolongue um pouco mais nosso tempo. Conhecemos alguns exemplos que demonstram como a raça humana, ao longo de sua existência, se preocupa tanto com isso que concentra parte de sua energia em busca de uma vida eterna. As múmias egípcias foram uma tentativa de preparar o corpo possibilitando mais vida no futuro. Walt Disney empenhou seu dinheiro em uma solução de congelamento com a intenção de alguém retorná-lo à vida num futuro. Atualmente continuamos nossa saga pela sobrevivência vislumbrando uma possibilidade de sobrevida guardando células tronco.

De certo ganhamos inúmeros benefícios com a procura de uma condição de vida melhor e da saúde. Entretanto, nossos esforços têm demonstrado sua inoperância diante daquilo que talvez seja o maior medo da humanidade - a morte.

É fato de que esse é um assunto que incomoda a todos nós. Parar para pensar nele, em como será ou o que acontecerá depois, gera certo desconforto. Alguns talvez tenham receio de sentir dor ou de sofrer no momento da morte e isso causa medo. Outros podem se abalar pelo desconhecimento ou incerteza do que acontecerá depois que morrerem. E é em uma certeza que está a chave para vencer esses medos e a morte.


A vida eterna, após o fim

No texto bíblico que estudamos, o apóstolo Paulo, argumenta com alguns moradores da cidade de Corinto, na Grécia, sobre um acontecimento daquela época que trazia um novo sentido para a morte. Cristo ressuscitou!

A discussão dele acontece porque algumas pessoas daquela igreja, apesar de terem ouvido falar de Jesus e de aceitarem seus ensinamentos, continuavam a não acreditar na ressurreição. E como poderia alguém se dizer Cristão sem crer na ressurreição, se de fato Ele ressuscitou.

O autor tenta refrescar a memória de seus leitores, quanto ao fato que mudaria suas perspectivas sobre a morte. Já no início do texto onde diz que Jesus foi despertado, por Deus, dentre os mortos, ele fala que Deus faz as pessoas voltarem a viver.

Essa afirmação diante de nossa antiga luta contra a morte, abre uma chance. Uma resposta milenar para uma questão tão antiga. Uma esperança de vida para sempre. Podemos voltar a viver após a morte e com isso sossegarmos nosso coração do medo do inesperado.

Talvez também – assim como os coríntios – necessitemos relembrar o que já ouvimos, Deus tem um plano de vida eterna para todos. Essa fórmula não requer embalsamento, congelamento, muito menos dinheiro e caridade. Ela não requer esforço próprio no sentido de pagar caro para se ter algo de tanto valor. O preço dela é acreditar.

Serão inúteis todos os nossos esforços para tentar vencer a morte, se não cremos que Deus ressuscitou Jesus Cristo e que nossa fé Nele nos fará vivos. Pois Cristo nos diz: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente.” (João 11:25 e 26)

O ingresso para a vida eterna já existe e podemos adquiri-lo hoje. Basta que cada um de nós acredite nos ensinamentos de Jesus. E aqueles que acreditarem, receberão a esperança e a vitória sobre o que nos espera.


A vida, antes do fim

Se o que Paulo disse aos da igreja de Corinto traz esperança para um tempo futuro, o que dizer dos momentos que passaremos até que chegue?

Poderíamos esperar coisas boas somente para após a morte, sendo que ainda teríamos que enfrentar as outras dificuldades que nos aparecem nas situações da vida. Nossa realidade ainda nos perturbará com os problemas de relacionamentos: a violência, a falta de recursos, as doenças, como tantas outras coisas que todos os dias nos fazem pensar e pedir por algo que resolva tudo isso.

E no texto estudado encontramos esperança também para essas situações, ou seja, crer em Cristo traz benefícios para a vida eterna e também para nossa vida aqui antes do fim. Como numa promoção “pague um e leve dois”, quando acreditamos em Jesus e seguimos seus ensinamentos temos esperança e vitória para os problemas dessa vida.


Conclusão

Ninguém vive no passado, mesmo que infelizmente alguns carreguem suas dores. O presente é onde realmente lutamos, produzimos e vivemos. Nesse ponto de vista o futuro é o que mais tem afetado nossas vidas pela insegurança e ansiedade diante das dificuldades.

Que possamos aprender e crer nas palavras do apóstolo que falamos aqui. Para que encontremos em suas verdades a cura para o passado, as orientações para o presente onde, cultivando a fé em Cristo, tenhamos esperança pro futuro que nos espera todos os dias.

Esse texto foi baseado num estudo exegético em 1 Coríntios 15:12-23, utilizando os métodos de análise linguístico-sintática e semântica. Para visualizá-lo acesse Exegese de 1 Coríntios 15:12-23
Autoria: Fábio Mariano
Revisão ortográfica: Elcir Ximenes

Exegese de 1 Coríntios 15:12-23

Uma argumentação a favor do amor de Deus e da vida eterna em Jesus Cristo
Obs: Esse artigo possui textos em grego. Caso você não os visualize corretamente leia a postagem em nosso blog intitulada Visualizar Fontes Hebraicas e Gregas


Conteúdo
1. Delimitação do texto
2. Tradução de I Coríntios 15:11-24
3. Segmentação
4. Análise sintática
4.1. Categorias e formas gramaticais
4.2. Conexão entre os vocábulos e frases
4.3. Análise Estilística
4.4. Composição e Estruturação do texto
4.5. Verificação estatística
5. Análise Semântica
5.1. Semântica do Texto
5.2. Procedimentos sintéticos
5.3. Semântica das Palavras
6. Conclusão
Referências Bibliográficas


1. Delimitação do texto

Nossa intenção é estudar a argumentação em defesa da ressurreição de Cristo e dos homens feitas no capítulo 15 que tem seu ápice nos versos 19 e 20. Por esse motivo devemos identificar a perícope onde esse discurso ocorre.

1.1. Início do texto
A delimitação do início a ser estudado foi marcada pela conclusão de uma ideia que prepara o discurso seguinte. Por isso, determinamos o início da perícope pelas conjunções presentes no começo dos versículos 11 e 12. No verso 11 a conjunção conclusiva[1] “então” indica a relação de desfecho do que está sendo argumentado pelo autor anteriormente, o que coloca essa parte de fora daquilo que vem a seguir. Já no versículo 12 encontra-se a conjunção disjuntiva[1] “ora” expressando uma relação de alternância no discurso, reforçando o fechamento anterior e abrindo assim um novo tema. Assim, o início de nosso estudo se dará a partir do versículo 12.

1.2. Final do texto
A indicação para o final do texto foi baseada em alguns fatores preponderantes no verso 24. Nesse versículo encontramos: o início da narrativa de um tempo futuro e dando início a uma nova argumentação complementar. Assim, determinamos o verso 23 como o final da perícope estudada.


2. Tradução de I Coríntios 15:11-24

11 εἴτε οὖν ἐγὼ εἴτε ἐκεῖνοι, οὕτως κηρύσσομεν καὶ οὕτως ἐπιστεύσατε.
Então, tanto eu como eles, assim estamos proclamando e dessa forma vocês creram.
12 Εἰ δὲ Χριστὸς κηρύσσεται ὅτι ἐκ νεκρῶν ἐγήγερται, πῶς λέγουσιν ἐν ὑμῖν τινες ὅτι ἀνάστασις νεκρῶν οὐκ ἔστιν;
Ora, se Cristo está sendo proclamado que é levantado de dentro dos mortos, como alguns dentre vocês estão declarando que a ressurreição dos mortos não existe?
13 εἰ δὲ ἀνάστασις νεκρῶν οὐκ ἔστιν, οὐδὲ Χριστὸς ἐγήγερται·
Se a ressurreição dos mortos não existe. Também Cristo não é levantado.
14 εἰ δὲ Χριστὸς οὐκ ἐγήγερται, κενὸν ἄρα [καὶ] τὸ κήρυγμα ἡμῶν, κενὴ καὶ ἡ πίστις ὑμῶν·
E, se Cristo não é levantado, então inútil também essa pregação nossa, inútil também a vossa fé?
15 εὑρισκόμεθα δὲ καὶ ψευδομάρτυρες τοῦ θεοῦ, ὅτι ἐμαρτυρήσαμεν κατὰ τοῦ θεοῦ ὅτι ἤγειρεν τὸν Χριστόν, ὃν οὐκ ἤγειρεν εἴπερ ἄρα νεκροὶ οὐκ ἐγείρονται.
Estamos sendo achados falsas testemunhas de Deus, pois contra ele testemunhamos que ressuscitou a Cristo dentre os mortos. Mas se de fato os mortos não ressuscitam, ele também não ressuscitou a Cristo.
16 εἰ γὰρ νεκροὶ οὐκ ἐγείρονται, οὐδὲ Χριστὸς ἐγήγερται·
Pois, se os mortos não estão sendo levantados, muito menos Cristo é levantado.
17 εἰ δὲ Χριστὸς οὐκ ἐγήγερται, ματαία ἡ πίστις ὑμῶν, ἔτι ἐστὲ ἐν ταῖς ἁμαρτίαις ὑμῶν,
E, se Cristo não é levantado, sem valor a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.
18 ἄρα καὶ οἱ κοιμηθέντες ἐν Χριστῷ ἀπώλοντο.
E como resultado, os que foram mortos em Cristo, eles se perderam.
19 εἰ ἐν τῇ ζωῇ ταύτῃ ἐν Χριστῷ ἠλπικότες ἐσμὲν μόνον, ἐλεεινότεροι πάντων ἀνθρώπων ἐσμέν.
Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, somos os mais miseráveis de todos os homens.
20 Νυνὶ δὲ Χριστὸς ἐγήγερται ἐκ νεκρῶν ἀπαρχὴ τῶν κεκοιμημένων.
Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, primícias dos que morreram.
21 ἐπειδὴ γὰρ δι᾽ ἀνθρώπου θάνατος, καὶ δι᾽ ἀνθρώπου ἀνάστασις νεκρῶν.
Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem.
22 ὥσπερ γὰρ ἐν τῷ Ἀδὰμ πάντες ἀποθνῄσκουσιν, οὕτως καὶ ἐν τῷ Χριστῷ πάντες ζῳοποιηθήσονται.
Assim como, em Adão todos estão morrendo, assim em Cristo todos serão feitos vivos.
23 Ἕκαστος δὲ ἐν τῷ ἰδίῳ τάγματι· ἀπαρχὴ Χριστός, ἔπειτα οἱ τοῦ Χριστοῦ ἐν τῇ παρουσίᾳ αὐτοῦ,
Mas, cada um em seu próprio grupo; como primícias Cristo, então os de Cristo na sua segunda vinda.


3. Segmentação

3.1. Texto original
v. 12  a. Εἰ δὲ Χριστὸς κηρύσσεται
b. ὅτι ἐκ νεκρῶν ἐγήγερται,
c. πῶς λέγουσιν ἐν ὑμῖν τινες
d. ὅτι ἀνάστασις νεκρῶν οὐκ ἔστιν;
v. 13  a. εἰ δὲ ἀνάστασις νεκρῶν οὐκ ἔστιν,
b. οὐδὲ Χριστὸς ἐγήγερται·
v. 14  a. εἰ δὲ Χριστὸς οὐκ ἐγήγερται,
b. κενὸν ἄρα [καὶ] τὸ κήρυγμα ἡμῶν,
c. κενὴ καὶ ἡ πίστις ὑμῶν·
v. 15  a. εὑρισκόμεθα δὲ καὶ ψευδομάρτυρες τοῦ θεοῦ,
b. ὅτι ἐμαρτυρήσαμεν κατὰ τοῦ θεοῦ
c. ὅτι ἤγειρεν τὸν Χριστόν,
d. ὃν οὐκ ἤγειρεν
e. εἴπερ ἄρα νεκροὶ οὐκ ἐγείρονται.
v. 16  a. εἰ γὰρ νεκροὶ οὐκ ἐγείρονται,
b. οὐδὲ Χριστὸς ἐγήγερται·
v. 17  a. εἰ δὲ Χριστὸς οὐκ ἐγήγερται,
b. ματαία ἡ πίστις ὑμῶν,
c. ἔτι ἐστὲ ἐν ταῖς ἁμαρτίαις ὑμῶν,
v. 18  a. ἄρα καὶ
b. οἱ κοιμηθέντες ἐν Χριστῷ
c. ἀπώλοντο.
v. 19  a. εἰ ἐν τῇ ζωῇ ταύτῃ
b. ἐν Χριστῷ ἠλπικότες
c. ἐσμὲν μόνον, ἐλεεινότεροι
d. πάντων ἀνθρώπων ἐσμέν.
v. 20  a. Νυνὶ δὲ Χριστὸς ἐγήγερται ἐκ νεκρῶν
b. ἀπαρχὴ τῶν κεκοιμημένων.
v. 21  a. ἐπειδὴ γὰρ δι᾽ ἀνθρώπου θάνατος,
b. καὶ δι᾽ ἀνθρώπου ἀνάστασις νεκρῶν.
v. 22  a. ὥσπερ γὰρ ἐν τῷ Ἀδὰμ
b. πάντες ἀποθνῄσκουσιν,
c. οὕτως καὶ ἐν τῷ Χριστῷ
d. πάντες ζῳοποιηθήσονται.
v. 23  a. Ἕκαστος δὲ ἐν τῷ ἰδίῳ τάγματι·
b. ἀπαρχὴ Χριστός,
c. ἔπειτα οἱ τοῦ Χριστοῦ
d. ἐν τῇ παρουσίᾳ αὐτοῦ,
3.2. Texto traduzido
v. 12  a. Ora, se Cristo está sendo proclamado
b. que é levantado de dentro dos mortos,
c. como alguns dentre vocês estão declarando
d. que a ressurreição dos mortos não existe?
v. 13  a. Se a ressurreição dos mortos não existe.
b. Também Cristo não é levantado.
v. 14  a. E, se Cristo não é levantado,
b. então inútil também essa pregação nossa,
c. inútil também a vossa fé de vocês?
v. 15  a. Estamos sendo achados falsas testemunhas de Deus,
b. pois contra ele testemunhamos
c. que ressuscitou a Cristo dentre os mortos.
d. Mas se de fato os mortos não ressuscitam,
e. ele também não ressuscitou a Cristo.
v. 16  a. Pois, se os mortos não estão sendo levantados,
b. muito menos Cristo é levantado.
v. 17  a. E, se Cristo não é levantado,
b. sem valor a vossa fé,
c. e ainda permaneceis nos vossos pecados.
v. 18  a. E como resultado,
b. os que foram mortos em Cristo,
c. eles se perderam.
v. 19  a. Se é somente para esta vida
b. que temos esperança em Cristo,
c. somos os mais miseráveis
d. de todos os homens.
v. 20  a. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos,
b. primícias dos que morreram.
v. 21  a. Porque assim como a morte veio por um homem,
b. também a ressurreição dos mortos veio por um homem.
v. 22  a. Assim como, em Adão
b. todos estão morrendo,
c. assim em Cristo
d. todos serão feitos vivos.
v. 23  a. Mas, cada um em seu próprio grupo;
b. como primícias Cristo,
c. então os de Cristo
d. na sua segunda vinda.

 4. Análise sintática
4.1. Categorias e formas gramaticais
4.1.1. Substantivos, Adjetivos, Verbos e Advérbios
Verso Categorias
12 Χριστος
     Αναστασις
Νεκρος(2)
                     Τις
Εγειρω
   Ειμι
                        Κηρυσσω
                           Λεγω
                         Πως
13 Χριστος
     Αναστασις
Νεκρος
Εγειρω
   Ειμι
    Ουδε
14 Χριστος
               Πιστις
                           Κηρυγμα
      Κενος(2)
Εγειρω
Και(2)
15 Χριστος
             Θεος(2)
                               Ψευδομαρτυς
Νεκρος
                  Ος
Εγειρω(3)
                  Ευρισκω
                                 Μαρτυρεω
Και
16 Χριστος
Νεκρος
Εγειρω(2)
    Ουδε
17 Χριστος
                Πιστις
                    Αμαρτια
                  Ματαιος
Εγειρω
   Ειμι
            Ετι
18 Χριστος
      Κοιμαομαι
            Απολλυμι
Και
19 Χριστος
       Ανθρωπος(2)
                        Ζωη
   Πας
            Ελεεινος
                  Ουτος
   Ειμι(2)
                Ελπιζω
               Μονος
20 Χριστος
           Απαρχη
Νεκρος
Εγειρω
      Κοιμαομαι
                   Νυνι
21     αναστασις
          ανθρωπος
                            θανατος
νεκρος
και
22 Χριστος
              Αδαμ
   Πας(2)
         Αποθνησκω
                     Ζωοποιεω
Και
                         Ουτω
23 Χριστος(2)
              Απαρχη
                             Παρουσια
                                 Ταγμα
         Εκαστος
               Ιδιος
        Επειτα
Legenda: Substantivos; Adjetivos; Verbos; e Advérbios.

4.1.2. Tempos verbais
Tempo, Modo e Voz
Ocorrências
Presente Indicativo Ativo
5
Presente Indicativo Passivo
4
Aoristo Indicativo Ativo
3
Futuro Indicativo Passivo
1
Aoristo Indicativo Médio
1
Aoristo Passivo
1
Perfeito Particípio Ativo
1
Perfeito Particípio Médio
1
Presente Indicativo Ativo
1
A análise das categorias e dos tempos verbais nos ajuda a perceber alguns aspectos importantes da perícope.
  • Os substantivos mais utilizados são Χριστος, αναστασις e ανθρωπος, faz nos extrair a essência do texto como ressurreição de Cristo e dos homens.
  • A voz passiva é característica de todas as ocorrências verbais de Εγειρω, indicando que a ação de levantar não é realizada por quem está ressurgindo, reforçando a atuação de Deus nesse processo.
  • O texto ganha um contexto de argumentação de situações que estão acontecendo e ainda não se resolveram naquela época, pelo uso do tempo verbal no presente no modo indicativo, nos verbos que fazem parte da espinha dorsal do texto.
Então, podemos entender com essa etapa de análise que nossa perícope trata essencialmente de um assunto corrente e ainda não totalmente resolvido para algumas pessoas daquela época que é a ressurreição de Cristo e dos homens através da ação de Deus.

4.2. Conexão entre os vocábulos e frases
4.2.1. Repetições
  • A ideia de Cristo levantado dos mortos ou ressuscitado é encontrada em quase todos os versos da perícope, entre eles estão: 12, 13, 14, 15, 16, 17, 20, 21 e 22.
  • A argumentação que a ressurreição dos mortos não existe aparece em diversos versículos, tais como: 12, 13, 14, 15, 16, 17 e 18.
  • Nos versos 14 e 17 encontramos o mesmo grupo de palavras com ideias semelhantes “fé inútil” ou “fé sem valor”.
  • Os versos 20 e 23 tratam Cristo como primícias.
  • Percebe-se nos versículos 21 e 22 a ligação da morte por um homem e da vida por outro homem.
4.2.2. Proformas
  • No verso 15 encontramos o pronome “ele” se referindo a Deus duas vezes.
  • O pronome “eles” é usado no versículo 18 referindo-se aos “que foram mortos em Cristo”.
4.2.3. Conjunções
Conjunção Repetições
δέ
7
καί
6
εἰ
6
οτι
4
γάρ
3
αρα
3
οὐδέ
2
ειπερ
1
επειδη
1
ωσπερ
1
A coesão do texto é extremamente marcada pelo uso de repetições de ideias. O exemplo mais forte é o da ideia da ressurreição de Cristo, que aparece em quase todos os versos. Ainda encontramos o uso de proformas e de varias conjunções que auxiliam na concatenação do texto, tais como: δέ, καί e γάρ.

4.3. Análise Estilística
Ao fazer uma comparação de estilos entre a perícope estudada com o capítulo de Romanos 3, nota-se que o autor costuma utilizar de figuras retóricas tais como: litotes, antítese e pleonasmo.
A litotes pode ser percebida no verso 13 Se a ressurreição dos mortos não existe. Também Cristo não é levantado.”, onde ele questiona o fato de não existir a ressurreição negando a afirmação que fará posteriormente.
Vemos a antítese no versículo 22, Assim como, em Adão todos estão morrendo, assim em Cristo todos serão feitos vivos.”, por utilizar a oposição entre morte e vida.
Novamente no verso 13, como também em outros versos da perícope, podemos perceber o uso do pleonasmo quando Paulo usa a expressão “ressurreição dos mortos” sendo uma redundância dizer que alguém ressuscita “dos mortos”.

4.4. Composição e Estruturação do texto
4.4.1. Características
Na composição dos textos podemos perceber as palavras ou grupo de palavras que mais se destacam e formam a ideia central da perícope.
Palavras Repetições Tradução
χριστος
12
Cristo
εγειρω
10
Levantar
αναστασις
3
Ressurreição
νεκρος
7
Morte
ου
7
Não
ειμι
5
Ser

4.4.2. Estruturação do texto
O texto é uma argumentação do autor para seus destinatários e podemos encontrar a seguinte estrutura:
  • Argumentação sobre a ressurreição de Cristo (v. 12 e 13).
  • Questionamentos por não acreditarem na ressurreição (v. 14 a 17).
  • Consequências, caso a ressurreição não exista (v. 18 e 19).
  • Afirmação que Cristo ressuscitou (v. 20).
  • Argumentação do propósito da ressurreição (v. 21 a 23).
O texto é muito bem estruturado pelo autor como uma forma de argumentação. Percebe-se claramente que ele inicia seu discurso com uma introdução ao assunto, logo após, ele faz seus questionamentos, fala das consequências e em seguida deixa claro seu ponto de vista, concluindo com o valor daquilo que crê.
Essa análise, incluindo as características da composição, traz mais um item que corrobora com o que foi descrito na análise dos substantivos onde percebemos a essência do texto como a ressurreição de Cristo e dos homens.

4.5. Verificação estatística
Levantamento de ocorrências dos elementos linguísticos em categorias gramaticais.
Categoria Palavras Ocorrências
Adjetivos
10
19
Advérbios
8
14
Artigos
1
16
Conjunções
8
26
Preposições
4
14
Pronomes
3
6
Substantivos
14
32
Verbos
11
24

Estatística específica de certos vocábulos e suas ocorrências.
Vocábulo
Ocorrências
Perícope
Capítulo
Livro
Testamento
Χριστος (Cristo)
12
15
64
528
Εγειρω (Levantar)
10
19
20
144
Αναστασις (Ressurreição)
3
4
4
42
Νεκρος (Morte)
7
13
13
130
Ου (Não)
7
19
157
1661
Ειμι (Ser)
5
13
161
2484

O levantamento estatístico aponta para uma ideia central do texto que fale sobre negação, morte e ressurreição de Cristo, pelo fato das palavras com maior numero de ocorrências terem esses sentidos.
Outro ponto trazido à luz, é a importância dessa perícope no Novo Testamento e no livro de 1 Coríntios, no que diz respeito ao assunto “morte” e ressurreição pela repetição dessas palavras serem um percentual considerável.

Percebemos que o numero de ocorrências de Levantar e Ressurreição no texto corresponde a 54% das vezes em que aparece no livro, e 7% de todo NT. Já a palavra morte tem 54% das aparições no capítulo que contém todas do livro, sendo que em relação ao novo testamento, 1 Coríntios tem 10% dos casos.


Cristo é a palavra que mais se repete na perícope o que nos faz pensar na relevância que o autor pretendeu dar a Ele, primeiramente defendendo Sua ressurreição e também a importância desse acontecimento frente à remissão dos pecados para os homens.

5. Análise Semântica

5.1. Semântica do Texto
5.1.1. O inventário Semântico
5.1.1.1. Organização dos lexemas/vocábulos com significados afins em eixos semânticos
Proclamar Ressuscitar Vida/Morte Ser/Ter valor
Proclamado, declarando, pregação, testemunhas, testemunhamos Levantado, ressurreição, ressuscitou, ressuscitam Mortos, morreram, morte, morrendo, vivos, vida Sendo, é, não existe, não é, inútil, não estão sendo, somos, estão, serão feitos


5.1.1.2. Separação das oposições semânticas
é levantado de dentro dos mortos
ressurreição dos mortos não existe
Cristo não é levantado
pregação e fé com valor
falsas testemunhas de Deus
testemunhamos que ressuscitou a Cristo
Cristo não é levantado
permaneceis nos vossos pecados
Cristo não ressuscitou
mortos em Cristo se perderam
a morte veio por um homem
a ressurreição veio por um homem
em Adão todos estão morrendo
em Cristo todos serão feitos vivos
Deus dá vida
Homem trouxe a morte


5.1.1.3. Reagrupamento dos eixos semânticos com as oposições
Vida Morte
Ressurreição Morte eterna
Vida eterna Vida perdida
Existência Proclamação sem valor
Verdade Fé sem valor

O inventário semântico esclarece e fortalece a ideia central do texto, pois encontramos um conjunto de significados em torno da morte, vida, ressurreição e argumentação aquilo que tem ou não valor e daquilo que era falado na época.

5.2. Procedimentos sintéticos
5.2.1. Reescrita do texto de acordo com as classes gramaticais
Sujeitos Predicados Objetos
Cristo está sendo proclamado que é levantado de dentro dos mortos é levantado de dentro dos mortos
alguns dentre vocês estão declarando que a ressurreição dos mortos não existe a ressurreição dos mortos não existe
ressurreição dos mortos não existe
pregação nossa É inútil inútil
Vossa fé de vocês É inútil inútil
(sujeito oculto - nós) Estamos sendo achados falsas testemunhas de Deus
(sujeito oculto - nós) Testemunhamos que ressuscitou a Cristo dentre os mortos ressuscitou a Cristo dentre os mortos
os mortos não estão sendo levantados sendo levantados
os que foram mortos em Cristo Se perderam
a morte Veio por um homem por um homem
a ressurreição dos mortos Veio por um homem por um homem


5.2.2. Índices dos conteúdos
  1. Paulo argumenta em favor da ressurreição de Cristo (v. 12 e 13).
  2. Problemas se a ressurreição não existir (v. 14 a 17).
  3. Consequências caso a ressurreição não exista (v. 18 e 19).
  4. Afirmação que Cristo ressuscitou (v. 20).
  5. O propósito da ressurreição (v. 21 a 23).

5.2.3. Intitulação e comparação dos títulos
Nas edições da Bíblia, em geral, 1 Cor 15:1-22 é intitulado “Ressurreição dentre os mortos” (NVI), “A nossa ressurreição” (NTLH) e “A ressurreição de Cristo, penhor da nossa ressurreição” (ARA).

Na avaliação da perícope no aspecto sintático-gramatical percebe-se a construção pela repetição dos argumentos sobre “a ressurreição de Cristo” e a “ressurreição dos mortos” em onze dos doze versos que a compõem. É relevante notar o uso do grupo de palavras atribuídas à ressurreição (Εγειρω e Αναστασις) ou morte (Νεκρος), pois praticamente todas as ocorrências delas no livro de 1 Coríntios encontram-se nesse capítulo, sendo ainda em torno de 10% das vezes em que se repetem no Novo Testamento.

A voz dos verbos utilizados na perícope para falar da ressurreição coloca as pessoas que são ressurretas como passivas, sendo a ressurreição uma operação divina.
Baseados nessa formação linguística percebemos que o texto não está preocupado somente com a ressurreição de Cristo ou a das pessoas. Ele traz uma argumentação a favor da existência da ressurreição, de sua importância e objetivo.

Seguindo a proposta de comparações, encontramos um texto parecido com os versos 21, 22 e 23, em outra epístola de Paulo. No capítulo 5 de Romanos os versos de 10 a 21 trazem também a argumentação que se resume na ideia de que a morte veio por meio de um homem assim como a vida veio por meio de Cristo.


5.2.4. Verso mais importante
A perícope trata a defesa de Paulo sobre a ressurreição de Cristo e consequentemente a de todos. Em seu início, o autor sai em defesa da ressurreição, questiona e aponta problemas caso ela não exista, até afirmar que Cristo ressuscitou e, por fim, coloca Jesus como primícias da salvação.

O texto apresenta as seguintes palavras-chaves: Cristo, ressurreição e morte.

Considerando os dois pontos observados acima, percebemos o verso 20 como o mais importante, pois ele resume e afirma a existência da ressurreição, e apresenta Cristo como as primícias. Outro fator importante desse verso é que, se ele fosse retirado do texto, a defesa de Paulo não seria tão clara e enfática.


5.2.5. Comparação com outros textos

É interessante fazer uma comparação desse texto de Paulo com as palavras de Jesus registradas por Lucas em seu livro, capítulo 24, versos 44 a 48. Nessa passagem, Jesus fala a seus discípulos, àqueles que tiveram a missão inicial de testemunhar sobre o messias, que Ele cumpriria as profecias a Seu respeito e por isso deveria “sofrer e ressuscitar dos mortos”.
Essa análise nos mostra ao menos três pontos:
  1. Paulo está defendendo aquilo que o próprio Cristo disse que haveria de acontecer com Ele – a ressurreição. Nesse ponto, o texto de Lucas poderia servir como base para a argumentação;
  2. Quando o autor de Coríntios diz que “Estamos sendo achados falsas testemunhas de Deus” ele realmente cumpre seu papel de testemunhar os acontecimentos sobre Jesus proclamando Sua ressurreição e ainda adverte os demais, pois se não crêem, estão contrariando as profecias e o próprio Deus em Cristo;
  3. A remissão dos pecados é tratada pelos dois autores. Lucas escreve que Cristo ordenou que os discípulos pregassem o arrependimento, em Seu nome, para a remissão de pecados. Paulo deixa a entender que através de Jesus existirá a salvação da morte trazida aos homens pelo pecado de Adão, redimindo-os de suas faltas.
Outra comparação valiosa é com o evangelho de João 11:25, onde o Cristo afirma ser a ressurreição e aqueles que crerem Nele viverão mesmo que morram. O texto de Paulo que estudamos se relaciona com esse nos seguintes aspectos:
  • Quando o autor de 1 Coríntios diz que a fé é inútil caso não acreditem na ressurreição, nos mostra uma ligação com o dito de Jesus, pois Ele afirma que é necessário crer Nele para se encontrar a ressurreição, então como alguém creria em Cristo sem aceitar a vida após a morte.
  • A afirmação de Jesus no texto de João é fundamental para a defesa e para as afirmações de Paulo, pois Cristo não deixa dúvida que não só crê na ressurreição como diz ser ela própria.


5.3. Semântica das Palavras

  • LevantarΕγειρω

Comparação entre a semântica nas ocorrências da palavra no NT, seguindo as mesmas características da perícope.
Notas semânticas
Passagens
Mat 11:11
Mar 6:14
1 Cor 15:4
1 Cor 15:12-20
Despertar
-
+
+
+
Aparecer
+
-
+
-
Erguer
+
+
+
+
Por em pé
+
+
+
+
Construir
-
-
-
-
Engrandecer
-
-
-
-
Aventar
-
-
-
-
Sair da cama
-
-
+
-
Ressuscitar
-
+
+
+
Legenda: + significado possível no contexto; - significado não encaixa no contexto.

A palavra levantar ocorre sete vezes no NT, nas expressões abaixo:
Notas semânticas
Expressões afins
ἀνίστημι
ἐγείρω
ἐπαίρω
ἀνάγνωσις
παρίημι
Despertar
-
+
-
-
-
Aparecer
P
-
-
+
-
Erguer
P
P
+
-
P
Por em pé
P
P
-
P
-
Construir
-
-
-
-
P
Engrandecer
-
-
P
-
-
Aventar
-
-
-
P
-
Sair da cama
-
P
-
-
-
Ressuscitar
-
P
-
-
-
Legenda: + significado encaixa nos contextos; - não encaixa nos contextos; P significado possível nos contextos;


  • RessurreiçãoΑναστασις

Comparação entre a semântica nas ocorrências da palavra no NT, seguindo as mesmas características da perícope. Como a palavra ocorre 43 vezes nesse testamento, foram selecionados 6 gêneros literários diferentes para a análise. (Controvérsias, Relato de milagres, Parábola, Profecias, Dito e outros)
Notas semânticas
Passagens
Mat 22:23-31
Mat 27:53
Luc 14:14
Jo 5:29
Jo 11:25
Rom 1:4
Despertar
-
-
+
+
-
+
Ficar de pé
-
+
+
-
-
+
Levantar
-
+
+
-
-
+
Acordar
-
+
+
-
-
+
Voltar à vida
+
+
+
+
+
+
Legenda: + significado possível no contexto; - significado não encaixa no contexto.

Diferentes expressões no NT que representam Ressurreição.
Notas semânticas
Expressões afins
ἀνάστασις
ἔγερσις
ἀνίστημι
ἐξανάστασις
Despertar
-
-
-
-
Ficar de pé
-
-
P
-
Levantar
-
-
+
-
Acordar
-
-
-
-
Voltar à vida
+
+
P
+
Legenda: + significado encaixa nos contextos; - não encaixa nos contextos; P significado possível nos contextos;


  • MorteΝεκρος

Comparação entre a semântica nas ocorrências da palavra no NT, seguindo as mesmas características da perícope. Como a palavra ocorre 133 vezes nesse testamento, foram selecionados 5 gêneros literários diferentes para a análise. (Controvérsias, Relato de milagres, Parábola, Profecias e outros)
Notas semânticas
Passagens
Mat 22:31-32
Mat 27:64
Luc 15:24
Jo 5:25
Rom 1:4
Dormir
-
-
+
+
-
Sono
-
-
-
+
-
Não ter vida
+
+
+
+
+
Chegar ao fim
-
-
-
+
-
Matar
-
-
-
-
-
Legenda: + significado possível no contexto; - significado não encaixa no contexto.

Diferentes expressões no NT que representam Mortos.
Notas semânticas
Expressões afins
θνῄσκω
θύω
ἀναιρέω
Νεκρος
Dormir
-
-
-
-
Sono
-
-
-
-
Não ter vida
+
P
P
+
Chegar ao fim
-
-
-
-
Matar
-
+
+
-
Sacrificar
-
+
-
-
Legenda: + significado encaixa nos contextos; - não encaixa nos contextos; P significado possível nos contextos;

  • CristoΧριστος

Comparação entre a semântica nas ocorrências da palavra no NT, seguindo as mesmas características da perícope. Como a palavra ocorre 529 vezes nesse testamento, foram selecionados 6 gêneros literários diferentes para a análise. (Controvérsias, Relato de milagres, Parábola, Profecias, Dito e outros)
Notas semânticas
Passagens
Jo 7:19-26
Luc 4:39-41
Jo 12:30-35
Mat 24:23-24
Jo 4:25-26
Gál 1:1
Ungido
-
-
-
-
-
-
Messias
+
+
+
+
+
-
Jesus Cristo
-
-
-
-
+
+
Legenda: + significado possível no contexto; - significado não encaixa no contexto.

Diferentes expressões no NT que representam Cristo.
Notas semânticas
Expressões afins
ψευδόχριστος
Χριστός
Μεσσίας
ἀλείφω
Ungido
-
P
-
+
Messias
-
-
+
-
Jesus Cristo
-
+
-
-
Legenda: + significado encaixa nos contextos; - não encaixa nos contextos; P significado possível nos contextos;

A análise semântica feita nas palavras mais importantes do texto esclarece e reforça as seguintes situações:
  • As palavras levantar, despertar e ressuscitar têm o seu significado como algo que volta a viver após a morte.
  • A expressão morte tem seu sentido claro como algo que não tem vida.
  • Cristo significa o nome pessoal de Jesus Cristo.
Com esses sentidos fechados, as possibilidades de interpretações daquilo que o autor pretendia com o texto, se reduzem conforme abaixo:
  • Defender a ressurreição de Jesus Cristo;
  • Reafirmar que Ele ressuscitou;
  • Fazer com que seus destinatários cressem na vida após a morte;
  • Determinar que a vinda do messias não pode ter valor somente para a vida terrena;
  • Que Jesus tem efeito remidor de pecados;



6. Conclusão

Nas análises sintática e semântica realizadas no texto de 1 Coríntios, revelam a existência de pessoas dentro do grupo de destinatários que não criam na ressurreição dos mortos e, consequentemente, não poderiam crer que o próprio Cristo havia levantado dentre os mortos como os apóstolos pregavam e como os mesmos coríntios haviam crido. Isso é demonstrado claramente pelas argumentações iniciais do autor nos primeiros versos de nossa perícope.

Por esses motivos, os questionamentos de Paulo são coerentes ao tentar que seus leitores pensassem sobre a fé e a pregação que eles receberam e aceitaram como verdadeira, já que acreditaram nela e naquele momento, por não crerem na ressurreição dos mortos, negavam que Cristo havia ressuscitado, sendo isso um dos pontos principais da mensagem que lhes era passada. Como eles não criam na vida após a morte, o autor afirma Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, somos os mais miseráveis de todos os homens” (v.19).

Com essa frase a importância da ressurreição é demonstrada, pois ela fazia com que a mensagem pregada e aceita por eles tivesse valor para a vida e também para após a morte – poder sobre a morte que trouxe um novo conceito para o texto, já que até então só se falava da ressurreição.

O apóstolo Paulo parece aproveitar uma crença prévia de seus endereçados ao relatar o fato da morte ter entrado na vida das pessoas através de Adão e com isso ressalta o valor da ressurreição de Jesus, pois ela introduz a vitória e a esperança sobre a morte. E assim termina, resumindo de forma importante para aqueles que o receberam, a importância da ressurreição de Cristo para a fé, para a pregação e para a salvação da morte.

Os valores encontrados na perícope são inúmeros quando tentamos os transpor para nossos dias. Como estudamos, esses versos – se comparados ao novo testamento – concentram ensinamentos sobre a morte, a ressurreição e a salvação eterna. Esses assuntos têm sido deturpados por falsos ensinamentos e religiões que muitas das vezes até se dizem Cristãos. É fato que, para se intitular Cristão, deve se crer e viver em seus ensinamentos assim como eles nos foram deixados.

Atualmente recebemos uma enxurrada dessas ideias que não passam nem perto de Jesus, pois dizem existir a possibilidade do homem voltar a viver aqui nesse mundo, mas como outro personagem e não como ele mesmo. Portanto, para um Cristão aceitar essa ideia seria como dizer que a pregação e a fé que professamos em Jesus Cristo é inútil, totalmente sem valor.

Como vimos, o texto destinado aos Coríntios é repleto em sua essência da afirmação que Cristo ressuscitou dentre os mortos e continua vivo não como outra pessoa, mas como Ele próprio, não reencarnado em outro corpo e como outra pessoa, mas vivo como Jesus Cristo – o próprio – em um corpo glorificado. Ele cumpre assim Sua promessa e realiza o plano de Deus, Seu pai, para salvação eterna daqueles que crerem Nele.

O novo testamento que contém os escritos e relatos sobre Jesus e Seus ensinamentos, não deixa-nos dúvidas quanto à intenção de Deus em salvar o homem da morte eterna, trazida ao mundo por Adão, através da remissão dos pecados de todos aqueles que simplesmente acreditarem em Cristo e em Sua ressurreição.

Baseados nessa verdade que o texto nos apresenta, esclarecemos mais uma ideia errada que a sociedade atual recebe. O erro é crer que para sermos absolvidos de nossos pecados, ou das coisas ruins que fizemos no passado, basta apenas praticar a caridade e pagar o “carma”. O que aprendemos com Jesus é muito diferente disso, pois como vemos, a remissão dos pecados vem ao homem somente pelo crer em Cristo, que o justifica, o que demonstra que a remissão não é algo que se possa adquirir por esforços próprios, pois ela é dada somente pela fé.

Assim entendemos o amor de Deus por nós, sabendo que Ele mesmo agiu para nos dar um meio pelo qual podemos nos redimir. E então, a partir de nossa fé nesse amor – materializado em Jesus Cristo – o próprio Deus ressuscitará a todos os que creram.

Se pudéssemos resumir o texto estudado parafraseando o apóstolo João, poderíamos dizer: “Que Deus ama tanto o mundo que enviou e ressuscitou Seu filho Jesus Cristo, para que todas as pessoas que crerem Nele e na Sua ressurreição, sejam remidos de seus pecados e recebam a vida eterna.”

Referências Bibliográficas

Obras Impressas:
COENEN, Lothar & BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. 2 vols. 2ª edição. Trad. de Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 2000.
EGGER, Wilhelm. Metodologia do Novo Testamento. São Paulo: Loyola, 1993.
GINGRICH, F. Wilbur. Léxico do Novo Testamento Grego/Português. Trad. Júlio Ρ. Τ. Zabatiero. São Paulo: Vida Nova, 1993.
GRAECE, Novum Testamentum. Stuttgart: Deutsch Bibelgesellschaft, 1993.
RAHLFS, Alfred. LXX Septuaginta. Stuttgart: Württembergische Bibelanstalt / Deutsche Bibelgesellschaft, 1935.
SAGRADA, A Bíblia – Versão Corrigida e Atualizada. Trad. João Ferreira de Almeida. São Paulo: SBB, 1993.
SAGRADA, Bíblia – Nova Versão Internacional. Traduzido pela comissão de tradução da Sociedade Bíblica Internacional. São Paulo: Vida, 2001.
SILVA, Cássio Murilo Dias da. Metodologia de Exegese Bíblica. São Paulo: Paulinas, 2009.
Páginas na Internet:
CONJUNÇÃO, Artigo sobre. Online: disponível na internet via http://pt.wikipedia.org/wiki/Conjun%C3%A7%C3%A3o. Arquivo consultado em 01 de outubro de 2010.

[1] Artigo sobre Conjunção, em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Conjun%C3%A7%C3%A3o. Acessado: 01/10/2010