Continuamos
nosso estudo no livro de Atos, mais precisamente na perícope que narra
conversão do apóstolo Paulo. Neste tópico veremos como se delineava a geografia
da época.
A região nos
tempos de Paulo – Continuando o estudo em Atos 9: 1-22
O império romano
sucedeu os selêucidas no papel de grande potência regional, concedendo ao rei
Hasmoneus Hircano II autoridade limitada, sob o controle do governador romano
sediado em Damasco[1]. Após
uma última tentativa de retomada do poder por parte de Matatias Antígono, o
governo dos Hasmoneus (40 AEC) foi finalmente deposto e Israel tornou-se
província de Roma.
Em 37 AEC
Herodes, genro de Hircano II, foi nomeado pelos romanos, rei da Judéia, sendo
concedida ao mesmo, autonomia quase que ilimitada sobre os assuntos internos do
país, tornando-se um dos mais poderosos monarcas da região oriental do Império
Romano.
Dez anos após
sua morte (4.AEC) a Judéia caiu sobre administração direta romana e César
Augusto dividiu o reino entre os filhos do antigo rei.
Na perícope aqui
estudada, a Palestina estava dividida entre os herdeiros de Herodes, como
mostra a tabela 1.
Tabela 1 – Dinastia Herodiana
Podemos situar o
ambiente histórico-geográfico como greco-romano sob a cultura helenística[2]
adotada por Roma e repassada aos dominados. O império romano de então era
muito extenso, totalizando os povos dominados aproximadamente uns 50 milhões de
habitantes. Como se observa no Mapa 1[3].
Devemos notar também como era a Palestina no referido
período. Como explicita o Mapa 2.
Mapa 1 – Domínio Romano
(63 AEC – 135 EC)
Mapa 2 – Palestina
Através da
observação dos mapas podemos notar que o território da Palestina possuía extensão
mediana (cerca de 34 mil quilômetros), dividindo-se em pequenas áreas: ao
noroeste as cidades da Judéia, Samaria e Galiléia; ao norte Ituréia; ao sul
Induméia e ao leste Traconidete.
Todo território era
banhado pelo mar Mediterrâneo no extremo oeste; ao leste estava o rio Jordão
que desembocava no Mar Morto (ao Sul). Toda a Palestina era entrecortada por montanhas
e montes com 600 m
de altura, dos quais os mais altos encontravam-se na Galiléia e em Hermon.
O solo também
possuía características peculiares, pois alguns lugares eram completamente
áridos, somente sendo possível a pecuária com a criação de carneiros, enquanto
que outras regiões possuíam solo fértil possibilitando assim o plantio de
várias espécies de plantas.
É nessa
pluralidade de características geográficas: vales, montanhas, desertos,
depressões e áreas férteis que se ambienta a Palestina aqui estudada.
[1] Por isso Saulo de Tarso
dirige-se para Damasco a fim de pedir carta ao Sumo Sacerdote com o propósito
de prender os seguidos de Cristo. Esta era uma cidade de grande importância
política em 34 EC.
[2] O helenismo foi a
concretização de um ideal de Alexandre: o de levar e difundir a cultura grega aos territórios
que conquistava. Foi neste período que as ciências
particulares têm seu primeiro e grande desenvolvimento. Foi o tempo de Euclides
e Arquimedes.
O helenismo marcou um período de transição para o domínio e apogeu de Roma.
[3]Os mapas estão ambientados no
tempo de Jesus. Entretanto, como a morte do messias se deu em 30 EC e a
conversão de Paulo em 34 EC, sendo dessa forma datas muito próximas tomamos por
liberdade utilizar tais mapas para ilustrar a geografia da época.
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